Comentários Ougimanais #07 – Erlebnis

O começo quente de uma nova história.

Yaho!

Como já foi dito pelo Raigho, “nunca diga impreterivelmente”. Desculpem mesmo, o atraso veio da minha parte. Minhas aulas na faculdade voltaram e, sempre lembrando, sou de exatas, então tudo na vida é um pouco mais difícil. Não posso garantir que vamos conseguir lançar na terça, mas vamos tentar com certeza.

Um novo arco, uma nova história… Vamos nessa!

Raigho: Toda história tem seu começo. Toda história tem seu fim. O que nós temos é mais uma rememoração. Algo incompleto. Incontido. Araragi Koyomi prepara o terreno e menciona saber da ansiedade dos leitores pela conclusão das ações de Oshino Ougi, mas acima disso, ele compreende que essa história é a peça final para o encerramento dos eventos de Kabuki-Oni. Senhoras e Senhores, Owari-2.

Marcela: Bem vindos de volta aos Ougimanais, com o começo de um novo arco – infelizmente sem a maravilhosa Sodachi. Sem nem ter tempo de respirar direito entre as histórias, já somos tragados dentro de uma lembrança do Araragi – curiosamente conflitante com o arco anterior, o qual tratava muito tudo que o Araragi não lembrava – que gira em torno da Kiss Shot, apelidada carinhosamente de Shinobu. E, como sempre, a pessoa que lidera essa sinfonia não é ninguém menos que a Ougi. Fazendo origamis relativos aos kaiis de cada garota, por sinal.

Raigho: Vermelho. Vermelho. As imagens que apenas refletem Kiss-shot Acerola-Orion Heart-under-blade em seu estado mais puro. Gosto como o Araragi sempre se refere a nós como “leitores”, além de ser leituras de literalmente trechos da LN, atenta para o que pode estar nas entrelinhas. A Ougi é quem força o Araragi a contar essa história praticamente escondida dentro dele. “Sou a principal inimiga das mentiras e armações.” Mais do que isso, ela especifica cronologicamente o tempo “off” da narrativa com uma ameaça: “Abre a Boca ou vai acordar com formiga na boca feito o Kaiki.” Koimonogatari já aconteceu.

Marcela: Lembrando a vocês que quem “matou” o Kaiki foi a Ougi. Mais um motivo na listinha de vocês pra querer odiar ela, eu deixo. Bom… Situando vocês, nós, leitores. Essa história se passa durante Neko Shiro e depois. O começo dela é durante, como vão ver depois. Porém, algo mais importante: QUE. OPENING. Rapaz. Achei linda, driblaram lindamente a frescura da dubladora da Shinobu em não querer cantar. Que tu achou, Raigho?

Raigho: Na verdade o problema (se o que eu averiguei proceder) é que por razões contratuais a Maaya Sakamoto só canta se o nome dela for creditado a música, por exemplo, não pode sair “Oshino Shinobu – Mein Schatz” ou algo parecido. Por sinal, o nome da música está em alemão e significa “Meu Tesouro“. Um apelido carinhoso normalmente dado a pessoa que você ama. O Hajime Ueda é simplesmente fantástico nas ilustrações! A Shinobu fugindo da “armadura”, o Araragi com aquela capa… tem algo trágico, teatral eu diria.

Marcela: A opening tem um tema totalmente japonês feudal, “sengoku”, obviamente referenciando o “vilão” dessa história a ser contada. Muito sagaz usar as ilustrações que geralmente são usadas na ending, a opening deu a ideia de um teatro, como você disse. Parecia uma historinha sendo contada por bonecos de papel. O Araragi, aliás, está lembrando muito um príncipe do jeito que foi desenhado. Artisticamente falando essa opening é uma das melhores, pena realmente não ter a voz pra acompanhar. Pelo menos nisso eles compensaram, não deixando ela tão “estática”.

Raigho: Acho estúpido o tanto de piadas estúpidas o Nisio coloca de forma estúpida. Ele é um pequeno milagre de Madoka. É o tio do pavê elevado a enésima potência. A Kanbaru chega gritando: “O-hisa” e a imagem estática explica “O-HIZA” que seria joelho. É literalmente transformar a piada em realidade. E meu deus, como a Kanbaru estava elétrica. Ela parece ainda mais elétrica, nunca vi tanto desejo sexual incontido sendo transformado em energia pura. O Araragi reclamando do próprio berro…

Marcela: Esse diálogo inicial entre eles me trouxe um pouco de saudades de Bakemonogatari e até, por que não, Nisemonogatari. Sempre achei as conversas mais engraçadas geralmente sendo as do Araragi com a Kanbaru, justamente porque ela é a personificação do Nisio em termos de jogo de palavras, além de, claro, todo esse teor sexual exuberante que ela de alguma forma consegue encaixar em quase toda fala. Uma das minhas personagens favoritas sinceramente e, você chegou a comentar que inicialmente tinha achado o humor fora de hora – na verdade eu notei algo mais ou menos contrário, que é a fluidez que o Nisio emprega na conversa entre os personagens, a maneira como ela progride tão naturalmente. A parte dos joelhos, nossa senhora. Rolei aqui rindo.

Raigho: A sinceridade da Kanbaru dói. Muito. Mas a lógica de quase dizer: “bem, eu arranquei seu intestino uma vez e tu ficou de boa, o que é uma joelhada?”. Percebem que o Araragi fica com a bochecha roxa e os dentes dele caem? É aí que tá, precisamos manter em mente Kabuki e, especificamente agora, Oni. O Araragi nunca esteve (como ele mesmo diz no começo) tão humano quanto agora. A recuperação dele está em níveis baixíssimos, qualquer Kaii por mais fraco que seja pode ser fatal. O laço dele com a Shinobu está praticamente cortado. E aproveitando que falei em “intestino”, ele teve um flashback bem rápido sobre o braço do demônio.

Marcela: Não lembro se chegam a mencionar como o laço dele com a Shinobu foi quebrado. Tu lembra disso?

Raigho: O Kurayami já ferrou o processo em Oni. Tanto que a Shinobu nem está por aí. Na hora do pulo da Tsukihi, por esses momentos.

Marcela: Ah sim. Não tava lembrando. E depois que a Kanbaru chegou dizendo que tava sem sutiã eu perdi a concentração.

Raigho: Acho justíssimo.

Marcela: E o Araragi não tem bom senso nenhum né? A Kanbaru tava era muito certa em confundir as coisas. Pra que diabos você chamaria uma pessoa pra um lugar deserto, a noite e sozinha? E a Kanbaru achando a cama da Hanekawa no terceiro andar… Nossa. Até estremeci aqui, me arrepiei um pouco. Neko Shiro feelings.

Raigho: Aproveitando o gancho (e vou reforçar sempre que puder), Owari-2 se passa paralelamente a Nekomonogatari (Shiro), exemplo: a mensagem que a Kanbaru exibe agora já tinha sido mostrada no começo de Zenmonogatari; a cama que já mostra que nesse momento a Hanekawa provavelmente deve estar com a Gahara, visto que aparentemente a cama já foi usada. É importante prestar atenção a esses detalhes.

Marcela: Sim, especialmente pro que vai acontecer lá pro meio/final do episódio… Ah, estou empolgada só de pensar. BOM. Afinal, pra que diabos o Araragi chamou a Kanbaru ali? As vezes irrita o quanto ele consegue ser prolixo e ao mesmo tempo, hm… Não sei explicar. Mas ele chama ela e depois fica dizendo que ficaria muito mais satisfeito se recusasse o pedido de ajuda? Ah, sim: contraditório. O Araragi tem esse probleminha em adorar ajudar as pessoas mas não gosta de ser ajudado… Seguindo a famosa frase de tradução livre e literal: “Não pode ser ajudada.” (it can’t be helped)

Raigho: O Araragi quer que a Kanbaru recuse porque o pedido veio de quem? Gaen Izuko querendo conhecer a sobrinha. Se você tem o mínimo de bom senso sabe que “favor” pra Izuko é “ordem”. Ele tem que fazer isso por obrigação, mas particularmente se sentiria melhor se ela recusasse. Nesse caso específico envolve a Gaen Izuko, então ele está mais estranho. O episódio inteiro ele não “entra” muito nas piadas da Kanbaru, ele parece bastante contrariado. E haja piada, meu deus do céu o Nisio tava atacado.

Marcela: Esse episódio teve, digamos… 20% de momentos sérios? Tanto é que os personagens vira e mexe falam “Voltando ao tópico” e, seguidos com uma mudança fenomenal de OST pra algo mais sério, começam a falar da… História em si. Mas honestamente? Não sei se Monogatari ainda seria Monogatari sem esse humor atacado do Nisio. É uma das coisas que faz a série ser boa são essas piadas excêntricas… De verdade, fazia tempo que um episódio não me fazia rir pra valer! Nossa, a Kanbaru falando “Se parece que estou pensando, você precisa me levar até um hospital imediatamente”. Se fosse o Araragi fazendo as piadas, até diria que ele estava enrolando pra não apresentar a sobrinha pra tia… Ô que tia legal essa. Não sei quem é pior, a Tooe ou a Izuko.

Raigho: Sim, foi um episódio bem…. err… mesclado! Isso, mesclado. Não reclamo do humor, só achei estranhamente deslocado, devo ser eu amargo com a vida, o de sempre. Eu só não estou tanto na vibe para rir, isso possivelmente influenciou minha perspectiva. A família “Gaen” é divina. Em muitos sentidos. Bem, eu gostei de como o Araragi ficou sem reação ao pensar “por que eu a trouxe aqui?” e depois de ainda mais piadas, a Armadura ataca! Sim, que armadura formidável.

Marcela: Raigho, você chegou a assistir Duelo Xiaolin?

Raigho: Sim, aquele desenho do monge baixinho amarelo? Que tinha o “Raimundo” BR?

Marcela: Sim. Tu lembra quando o espírito maligno daquela bruxa ressuscita e invoca um monstrão com um bando de shengon un (não sei como escreve), tipo a túnica de 2 toneladas, o punho de tebigong e etc? Não é tipo, MUITO PARECIDO com esse bicho que apareceu? Só um comentário aleatório pra quem viu esse desenho também, achei… Sei lá. Com aquela escuridão saindo de dentro da armadura, me lembro ele.

Raigho: Eu não sei qual é o nível do retardo mental do Araragi (que sempre me parece pior) mas… NÃO SEI NÉ, posso estar enganado, mas só acho, assim, acho mesmo, que você não encara uma armadura gigante e a derruba para ter a ideia de montá-la depois, sua duplinha de gênios. Eu fiquei “…os cara é foda.”

Marcela: Não, não, ANTES DISSO, eles tiveram a ideia GENIAL de socar uma armadura gigante EMANANDO ESCURIDÃO ENTRE AS ARTICULAÇÕES. Você tá me entendo? É tipo você chegar em casa, abrir a geladeira e sentir um cheiro horrível. Aí vê que tem um pedaço de queijo estragado emanando essa aura de fedor e você simplesmente pega e COME ele inteiro sem pensar duas vezes. Mesmo com o braço da Kanbaru… É uma armadura samurai que surgiu emanando escuridão. Qua. Lé.

Raigho: O Araragi fazendo JOJO POSE foi um treco ótimo. Que bom né, eles não precisaram montar a armadura… já que ela se remontou sozinha. Ah. Como eu senti falta dos Kaiis, eles são mesmo a marca da série. Aquela OST de “nossa vocês nem fazem ideia da força desse bicho”. E o pensamento: “Aquilo que falta a essa armadura… É… ”  < quem precisa de Kaiis quando a sua Kouhai te arremessa na parede. Kek.

Marcela: Aquele momento de “FIQUE SEGURO comigo te lançando a toda força em direção ao concreto”. Ah, Kanbaru. Você é uma linda mesmo. E sim, você disse tudo. Os kaiis são uma parte vital da história e que fazem falta hora ou outra. Aliás, junto com os kaiis voltou algo que já vimos tantas vezes – energy drain. Nisio tá precisando aprender novos poderes pra colocar, tá ficando repetido já.

Raigho: Têm momentos sinceros em que eu queria ler Monogatari por coisas específicas, esse episódio foi um deles. Eu queria saber se teve algum fluxo de consciência bem louco ou uma “escrita de possessão” nessa parte em que a Kanbaru ataca esse monstro. O pensamento dele nem é regulado no primeiro golpe (só uma tela vermelha), mas nos outros ele processa exatamente o que está acontecendo, ao seu próprio modo. O local do golpe, como… é muito interessante. Ele vai adquirindo faculdades mentais. Nesse caso o dreno de energia faz sentido, pelo menos.

Marcela: Acho que talvez a concepção do Araragi a respeito do poder dele que estava errada (lembrando que o Araragi não é um narrador confiável pra muitas coisas). Dreno de energia… Não diria bem isso. A armadura parece ir um pouco além de sugar a força vital da pessoa. Como deu pra ver, ele imitou os golpes da Kanbaru, ao mesmo tempo que ela foi ficando mais fraca. Seria quase que ele sugar… Talvez o espírito, consciência? Algo mais amplo nesse sentido. Não fortalecendo-se apenas fisicamente mas mentalmente também.

Raigho: O questionamento sobre o poder dele deve ser explicado nos próximos episódios. Ele age como um doppelgänger, ele não só absorve, ele copia o movimento da Kanbaru! Quando o Araragi é golpeado na primeira vez, ele praticamente imita um golpe da Kanbaru, achei fascinante. Ele enforca o Araragi com raiva, tem algo mais ali.

Marcela: Sim, a Kanbaru foi quem mais atacou e obviamente demonstrou maior sinal de força, então a atitude lógica em momento de combate seria acabar com ela primeiro. No entanto, ele vai até o cara indefeso que foi jogado na parede com o dente quebrado, sem mostrar qualquer sinal de que iria tentar retribuir o golpe com a mesma intensidade que a Kanbaru deu. O rancor da armadura é evidente.

Raigho: O Araragi pensando “meu deus ela é afetada até na hora de ajudar” as piscadelas que não fizeram sentido, gente. E. as. chamas. Sim. sim. sim. Finalmente! O Gatinho das Chamas! Lembram-se dele? O Passado está começando a queimar os laços afetivos da Hanekawa! Claro que ele começaria no cursinho… mas o timing dele também foi perfeito pra ajudar o Araragi. Na verdade, foi um timing perfeito demais.

Marcela: Isso! PERFEITO DEMAIS! Tipo… Por um instante, e até a maneira como as chamas se posicionaram, parecia que o Kako tava quase… Ajudando eles! Percebeu que fez um círculo de chamas ao redor da Armadura? Podia ter ido DIRETO no Araragi e na Kanbaru, mas atacou o braço do bicho antes. Será que talvez a Hanekawa tivesse… Digamos, um pingo de consciência sobre o Kako, talvez por estar dormindo no momento, de maneira que ele conseguisse perceber seus arredores pra ajudar quem ele sabe que deve ajudar, baseado nos sentimentos dela? Afinal, ele é um punhado de emoções cortadas fora. CARA, CARA. EU ME EMPOLGUEI DEMAIS NESSA HORA, ESSA É A VERDADE. QUANDO A KANBARU SOLTA “HANEKAWA-SENPAI” AÍ EU “EEEEEEEEEEITA CARALHO” E A ARMADURA “quem pisou na cauda do tigre” e eu “EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEITA PORRA HANEKAWAAAAAAAAAAAA”.

Raigho: A Kanbaru sentiu a Hanekawa, eu diria. A cena toda foi muito boa, as chamas do Kako são impressionantes. E a Armadura reconhece a força desse ser, tanto que ele recua. Foi bem lega ver tudo se encaixando. Nossa, se eu fosse o Kamiya Hiroshi cobrava o dobro do cachê, agora a armadura vai ter a voz do Araragi, tá louco. “Mestra.” “Kokoro Watari”… ele entrega bem sua própria identidade indiretamente. Aquela risada creepy.

Marcela: E eu toda lesa “UÉ, ELE TEM A VOZ DO ARARAGI???” achando que era economia de dublador, aí depois o Araragi explica. Fiquei me sentindo tipo tu com números. Ah, desculpem leitores por voltar nesse tópico de novo, mas cacete. Tô aqui indo e voltando na cena em que a chama corta o braço da Armadura e a Kanbaru fala “Hanekawa-senpai”. Senti NA HORA que só podia ser a nossa gata ajudando, sem nem perceber, o Araragi! Tô muito empolgada com essa cena, muito mesmo. As chamas vão surgindo pra atacar o kaii, quase que como uma resposta a Kanbaru… AH. QUE LINDO.

Raigho: Foi uma cena muito legal, é o tipo de episódio (raro) onde podemos nos localizar facilmente em que ponto a história ocorre, acho isso gratificante. É também um arco que ressoa muito com Kizumonogatari. A Kanbaru brincando “então tudo bem, posso morrer contigo.” e o Araragi na hora diz que não, a pessoa com a qual ele vai morrer é a Shinobu. É todo esse laço entre eles que vai ser trabalhado nesse arco, o passado dela, vai ser muito emocionante. TÁ TUDO PEGANDO FOGO, ZÁS, YOTSUGI AO RESGATE. Finalmente entendemos como o cursinho foi destroçado.

Marcela: YAY YAY PEACE. Repararam os símbolos de paz no novo banner dos Ougimanais? YEAH, É REFERÊNCIA A ISSO. E além de que a Gaen parece uma hippie moderna. E sim, o fim do cursinho. Me julguem, mas fiquei muito mais abalada quando ele foi destruído do que quando a Hachikuji foi embora- mas isso não vem ao caso, afinal, não é como se ela fosse uma deusa na história. HE HE HE HE. Bom. BOM. Que episódio, que louco. Tudo passou tão rápido igual um menino otaco virgem fazendo sexo! Gostei do episódio, melhor do que esperava.

Raigho: “Igual um menino otaco virgem fazendo sexo!” Isso foi uma indireta, não foi?

Marcela: Não pode ser uma indireta a um fato que não ocorreu, Lobinho.

Raigho: ………………….Ougimanal encerrado essa semana. Até a próxima. *encarando os leitores*

Marcela: Aufswachen!