Log Horizon x SAO – Database na Linha

crossover_sao_vs_log_horizon_by_nick_ian-d6rdcqwKirito vs Shiroe: quem é o mais pegador dos MMO’s?

Yaho!

Depois das festividades e mesmo durante elas, retomamos ao trabalho. Trazendo aqui pra vocês mais um post que é menos review e mais discussão, apesar de que pretendo fazer uma análisezinha de Log Horizon assim que terminar o anime…

Log Horizon e SAO – dois animes que tratam de MMORPG (Masssive Multiplayer Online Role Playing Game), entretanto, duas abordagens completamente diferentes. Comparações são geralmente inevitáveis, por isso vamos lá colocar as cartas na mesa e entender como funcionam esses dois.

Que diabos é SAO?

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… Sério mesmo que você não sabe o que é? Não estou dizendo que é bom, só estou dizendo que é popular. Enfim…

SAO, abreviatura de Sword Art Online é uma série de light novels do autor Reki Kawahara, o mesmo de Accel World, uma espécie de “antecessor” de SAO. A história é bem simples e chamativa logo de primeira: no tão aguardado lançamento de um MMORPG que utiliza alta tecnologia de realidade virtual, inserindo os jogadores de maneira imersiva no universo do jogo através de um capacete chamado Nerve Gear, as 10.000 pessoas que conseguiram comprá-lo descobrem estarem presas nele após um anúncio feito pelo próprio criador do jogo. Seria um sonho se tornando realidade pra qualquer gamer, se não fosse pelo simples fato de: morreu no jogo, morreu na vida real.

E daí seguem as aventuras de Kirito, jovem pegador de 14-16 anos, expert em MMO’s e aparentemente em sexo também, nesse lugar virtual.

Mas o que diabos é Log Horizon?

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Agora é justificável você não conhecer: Log Horizon é também uma série de light novel, do autor Mamare Touno, publicada desde 2011. A “fama” só veio com a estréia do anime na temporada de outono de 2013 e depois do próprio autor aparece no 4chan, no /a/, em um tópico a respeito da sua obra. Ele confirmou através do twitter que era realmente ele respondendo as perguntas. Fiz um post por aqui com algumas das perguntas que ele respondeu. 

A história é igualmente semelhante: o MMO Elder Tale lança uma nova expansão e, assim que os jogadores entram no jogo, ficam presos naquele mundo, tendo sua consciência ligada a do seu avatar/personagem, evento conhecido como Apocalypse. O protagonista é conhecido pelo seu nome de usuário: Shiroe, um enchanter muito famoso entre a comunidade de jogadores por ser também grande estrategista, tendo completado quests e dungeons de alto nível com um grupo de jogadores poderosos. O diferencial está no fato de que os jogadores não morrem assim que seu HP chega à zero, meramente revivendo na Catedral, tal como era o jogo antes da “fusão”.

As duas maneiras de tratar um MMO

Por mais que carreguem laços em comum devido à temática das duas obras, a maneira como o assunto central, que são os jogos onlines, é abordada, torna Log Horizon e SAO duas coisas completamente diferentes.

SAO

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Primeiro, começando pelo tão popular Arte da Espada na Linha. Com o perigo da morte um fato real, o quesito drama é intensificado durante a história. Não dá pra simplesmente continuar jogando como antes e a ligação entre jogadores é repleta de desconfiança. A qualquer momento, ao se deparar com uma situação crítica durante uma luta com um monstro, seu grupo pode lhe abandonar e correr pelas suas vidas. Logo, a carga emocional que a série tem é grande. Afinal, quem não enlouqueceria nessa situação? Por algum motivo pegou esse joguinho e de repente BOOM, tá preso nesse mundo insano. Tem ideia de como sair – completar a torre – mas não tem meios de fazer isso. Pode ser o jogador mais forte com a arma mais forte, ainda existem monstros perigosos o suficiente para eliminá-lo.

Sendo assim, não há grandes mistérios para o universo de SAO. Sim, ninguém sabe os motivos do criador ter feito isso, mas sabe-se como sair do jogo. Os NPCs continuam sendo NPCs e as coisas continuam como sempre… Tirando que tu pode morrer pra um Koboldzinho, mas é o de menos. As partes técnicas não tem tanta ênfase porque o foco não é realmente nas lutas, mas como cada um está lidando com sua nova realidade, principalmente o Kirito – da maneira dark e edgy, lobo solitário dele. Não é a toa que temos tantos momentos dedicados ao relacionamento dele com, caham, muitas meninas…

Conhecemos a personalidade do Kirito a fundo, sendo o protagonista. Nos arcos dedicados a uma de suas muitas amigas, também tem alguns flashbacks e coisas do gênero pra criar aquela ligaçãozinha entre a loli, a ferreira… Ora, eles fizeram sabe-se lá quantos capítulos só sobre o casamento feliz entre o Kirito e a Asuna, até quando eles adotaram aquela menina-sprite-bug, Yui.

Log Horizon

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Na Database as coisas funcionam em outro fuso horário. Primeira diferença a se observar: não há morte permanente ou, como vocês podem preferir, perma death. Só por aí você já elimina muitas rotas que o Mamare poderia tomar durante o desenvolvimento de sua história. Cabe a pergunta: do que diabos esse cara vai falar se ninguém morre no jogo? De como é divertido morar em um MMORPG, altas aventuras matando goblins?

E aí vem um ponto inusual que SAO deixa de lado: política. Não, não, nada de Sarney, nada de vinagre e nem de rolezinho. Falar da política de um jogo online pode parecer um assunto muito massivo (pun intended) e monótono – ninguém gosta de política, só quando é pra reclamar de alguma coisa. Entretanto, me peguei pensando sobre o anime esses dias e visualizei como é um ponto extremamente relevante e válido: veja, você está preso dentro de um jogo. Entretanto, não há regras. Aliás, há regras, mas não há leis. Tirando coisas pré determinadas como áreas onde não são permitidas batalhas ou uso de skills, que são no caso códigos do jogo e coisas mecânicas, você está completamente livre pra fazer o que quer. Não existe um Game Master para controlar a ética e social dos seus jogadores. Basicamente… É um mundo sem lei.

Justamente esta rota política e social é adotada. Há realmente pouca ênfase em cada personagem, o desenvolvimento é sutil e delicado, sendo carregado aos poucos. No entanto, são feitas análises sobre a sociedade na qual eles se encontram e como transformar aquele mundo de bárbaros cheio de poderes e espada gigantes em uma civilização que respeita o próximo, sem que role Player Killing loucamente.

Jogados aleatoriamente nesse mundo digital, ninguém sabe mais nada sobre ele. As mecânicas não são mais tão simples quanto inserir comandos e visualizar uma UI – cozinhar não se trata de fazer comida através de um comando, é igual no mundo real (apesar de ainda depender da skill do job de Chef). Os próprios NPCs ganham personalidade e vontade própria, antes meros sprites com textos já programados e pouca variação na AI.

E tem jeito certo?

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Como tudo na vida: depende. Depende do que você quer assistir, depende de como você quer ver que trabalhem com pessoas presas na realidade virtual de um jogo. Os dois jeitos tem seus prós e contras: Log Horizon prioriza o mundo aos personagens, SAO faz o contrário.

Dessa forma, fazer um anime sobre jogos tem tantos, tantos caminhos que podem ser trabalhados que tudo depende da vontade do autor. Até você pode pegar seu Libre Office e começar a digitar uma história com esse tema e ainda ser original e diferente.

E aí, qual pra você é o melhor jeito de se fazer um anime, light novel, novel sobre MMORPG?

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13 thoughts on “Log Horizon x SAO – Database na Linha

  1. Meu problema com Log Horizon nem é a politica (MaoYuu também tratava disso e eu gostava). O que me incomodou é o ar infantil da narrativa. A comédia gag domina muito a história e tanto a entrada do gato Nyan como focar arcos em crianças não ajudou nem um pouco a diminuir esses aspectos. Outra coisa que achei estranho no anime foi eles terem ficado presos em um MMO e ninguém ter dado muito bola pra isso, todos aceitam na boa e seguem procurando algo pra fazer (mesmo pra excluídos sociais isso é estranho). A heroína loli que está na faculdade agir como uma criança de 12 anos também me arrancou uns resmungos….impossível dar 20 anos+ pra ela.
    Apesar disso o anime parece ter agradado a um determinado público que prefere historias mais leves e que “não se levem tão a sério”. Pelo que li (parei de ver no ep 8) dizem que está desenvolvendo bem o mundo, as poucas reclamações que escuto é que não tem quase ação.

    SAO me atraiu pela temática séria e dramática (em termos de animes de ação prefiro algo mais sério e com o menor foco possível em comédia), mas infelizmente cometeu vários erros ao longo do caminho (principalmente no arco 2). Foi legal mas fica aquela sensação de que poderia ter sido bem melhor.

    “”Log Horizon prioriza o mundo aos personagens, SAO faz o contrário.”” Bem isso, em SAO o mundo é só um background para contar historias de personagens, em Log Horizon o foco é desenvolver o mundo.

    • Sim, não dá pra negar que inicialmente Log Horizon tem algumas partes mais -leves-, só que eu não diria que chega a ser infantilizado, na verdade está para o comum de um anime do tipo, assim como Maoyuu também tinha partes comédicas. E isso foi mais na primeira metade de Horizon, nos episódios atuais a temática está se modificando para algo mais sombrio e sério, com a história tomando outros caminhos. E pouca ação é inevitável… E não necessariamente ruim.

      SAO seria melhor se a história fosse menos clichê, assim como os personagens e o harém do Kirito.

      • Concordo, alem de que a história séria do SAO acaba no primeiro episódio. A partir dali, deixa de ser sério e vira kirito construindo seu harem. Alem de que todos os personagens do Sword Art Online são fracos. Pra um anime que foca no personagem, ta faltando muita coisa.

        E uma das coisas que todo mundo reclama dos caras de log horizon. Estão presos no jogo e parece que ninguem se importa. Mas gente, eles nem ao menos sabem sair do jogo, eles não fazem ideia. Se você ficar preso em alguma ilha deserta e você não faz ideia de quanto tempo vai ficar ali, muito menos se tem algum jeito de sair. Primeiro você vai tentar sobreviver, pra depois tentar encontrar um método pra sair de la.

        • Pois é. Em SAO eles sabiam uma maneira de sair do jogo e também sabiam como entraram. Mas em Log Horizon eles não sabem como entraram e muito menos sabem como sair. Então você fica meio que sem escolha. Ou você joga, ou você fica na cidade fazendo absolutamente PORRA NENHUMA.

  2. Foi dito que no Log Horizon ele foca o mundo, e no SAO foca os personagens. Mas os personagens de SAO são tão rasos que o Log Horizon parece ter personagens mais profundos.

  3. Eu achei a história do log horizon bem melhor, bem mais trabalhada. E tem um universo bem maior e muito mais fácil de se trabalhar. Creio que log horizon seja um anime bem melhor aproveitado do que sao, mas, tem gosto pra tudo.

  4. Eu sei que isso não tem nada,a ver com nada desse post, mas…
    Por acaso alguém que frequenta esse blog vai no Rio Anime Center?

    Porque… Sei lá. Seria maneiro encontrar alguém que também acessa o otomegatari ^^

  5. SAO não é tão ruim, admito eu me identifiquei demais com o criador do jogo, tramar um estratégia tão brilhante para mexer com as mentes de todos aqueles jogadores e aí forçar eles a continuar jogando enquanto observa tudo de perto é genial, pena que ele caiu num erro de vilão de sessão da tarde e deixou aquele moleque fazer tudo aquilo.

    Não vou comentar sobre log horizon porque eu dropei ele, era até interessante, mas não chamou muito a minha atenção.

    Quanto a uma história sobre MMORPG, sinceramente a realidade virtual tira um pouco da graça, porque não fazem simplesmente pessoas jogando normalmente, mostrando o lado da “vida social” e o lado do gameplay.

  6. Pingback: Segunda temporada de “Log Horizon” estreia em Outubro! | OtomeGatari

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